sábado, 1 de março de 2008

Pintor sem tela

Desenhaste-me sem querer
Ao vaguear pelas paredes,
E nelas, meu poder
Manchei os teus aneis.

O sorriso que mostrei
Era de pouca sinceridade
Mas mesmo assim amei, pensei
Que fosses tu a tal verdade.

Quis agarrar-te a mim
Amolgando as tristezas
Nem consigo dizer-te 'sim'
Por maiores que sejam as profundezas.

Em que o meu coração se afoga
Foi ele a minha perdição.
E neste momento, a ele roga
Pra que nunca me perca em vão.

Pintaste-me colorida
Caí, fiquei no chão
E ali morri estendida
Diante do teu coração.

Sem comentários: